sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Crise dos 30 ?......a minha começou aos 37......rsrs(Cleo...)


Agora é parece que é pra valer. Qualquer erro pode ser fatal, pois o tempo já não joga mais no mesmo time. Abre-se o placar da crise do 30, um drama que assola muita gente. Mas, se vivida com equilíbrio, pode se reverter em muitas conquistas. 

"A crise dos 30 é uma espécie de TPM que dura uns três anos. E parece que o mundo conspira contra, até comercial de detergente faz com que você repense a sua vida",

"Bem sucedida na carreira, casada, com filhos ou planejando a maternidade. É isso o que se espera de uma mulher de... 30 anos. Desde que conquistou seu espaço no mercado de trabalho, é cobrada por todos os lados." ?????


"a tal “crise dos 30 anos”, que nada mais é do que um momento de passagem, de grandes mudanças na vida da mulher. “Nessa idade ela já sente os primeiros sinais de envelhecimento, o corpo não responde como antes, não é tão fácil controlar o peso, a pele não é mais tão firme e começam a aparecer as primeiras rugas e os cabelos brancos”, lembra Cecília Zylberstajn, psicoterapeuta de adultos."

A crise dos 30 anos

Não gostaria de criar mais um nome para um momento da vida do ser humano. Dá arrepios só de pensar nos diversos nomes que os psiquiatras e psicólogos, meus colegas, dão para as mais diversas variações de angústias vividas ao longo da existência humana, transformando a vida em uma complexa trama de significados programados. Apesar disso, vou me permitir brincar com isso e inventar um termo: a crise dos 30 anos.

Tenho observado, tanto no consultório, quanto no ambiente social pessoas, com idade entre 28-34 anos, extremamente angustiadas. Ou porque realizaram tudo que haviam se programado (tem casa, carro, emprego, casamento, filhos, etc.). Ou porque não conseguiram realizar todos estes sonhos. Vale lembrar que parte destes sonhos (o que Albert Camus chamou brilhantemente de ilusões) fazem parte, muito mais, de uma expectativa da sociedade do que de uma realização pessoal.
Em “O mito de Sísifo”, Albert Camus fala mais detalhadamente a esse respeito, enfatizando que “Cultivamos o hábito de viver antes de adquirir o de pensar” (p. 21). A grande conseqüência disso, a meu ver, é que tomamos para nós mesmos as expectativas sociais e simplesmente esquecemos daquilo que nos é próprio. A crise dos 30 anos, seria o momento, em que cansados de fazer, paramos para pensar e daí percebemos o absurdo em que estamos inseridos. Esse absurdo seria o divórcio entre o Homem e a sua vida, em outras palavras, entre o ator e o cenário.

Duas saídas são possíveis, para “curar” essa desconexão: 1. pensarmos a respeito de nossas vidas e traçarmos objetivos alinhados aos nossos desejos, 2. ficarmos perdidos diante da possibilidade de pensar. Acredito que a segunda possibilidade é a mais comum, pois como estamos inseridos no mundo de uma forma mais utilitária, paramos muito pouco para pensar. Pensar dói e muito, ou como diria Camus: “Começar a pensar é começar a ser atormentado” (p.18), simplesmente pelo fato de não estarmos habituados ao “pensar”. 


Quando pensamos, podemos nos dar conta de que existe uma ausência de qualquer motivo profundo para se viver. Então, o desespero toma conta de nós de tal maneira que temos as mais variadas reações, até mesmo a recusa pelo enfrentamento do mundo, mais conhecida como “depressão”.

Começar a pensar significa voltar o olhar para si mesmo, recolher-se em seus pensamentos. Se tivermos medo de ficar neste exílio, outras angústias surgirão. E, no mundo atual, em que “ter relacionamento”, “estar conectado” é vital para a atribuição da felicidade, a reclusão é vista como algo extremamente negativo. Como lidar, então, com a necessidade de estar recluso e a expectativa do mundo de manter-se conectado? Diante disso, devemos fazer uma escolha. A escolha pela vida requer a coragem de um enfrentamento com aquilo que nos incomoda. Por essa razão, ter um parceiro que possa compreender e acolher nosso sofrimento neste momento pode ser imprescindível. Essa parceria é a terapia. Ter um espaço em que você possa despejar todas as suas preocupações, decepções e ao mesmo tempo pensar (sem medo) nos teus próprios desejos, dessa maneira, pensando o enfrentamento com o mundo de maneira mais tranqüila e saudável.

A crise dos 30 é apenas um nome, dependendo da vida que levamos essa crise pode aparecer mais tarde ou mais cedo. Não importa o momento, a dor deve ser respeitada, reconhecida, cuidada e compreendida. Só assim, poderá ser transformada em qualquer outra coisa que não machuque. 
(Tatyana Karinya Rodrigues) Psicologa e Psicoterapeuta

"A especialista explica que as neuras em torno dos 30 anos podem afetar algumas mulheres, mas outras não, vai depender de como elas viveram até aqui. Isto porque o processo de independência ocorre desde a infância. “A adolescência, na verdade, termina quando a pessoa é capaz de se cuidar, é independente no lado social, financeiro, tem mais autonomia, consegue sustentar uma relação amorosa, está encaminhada em termos de profissão e cumpre as responsabilidades civis”, observa a psicoterapeuta. " 
Fonte:
Cecília Zylberstajn, psicoterapeuta de adultos

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