sábado, 5 de novembro de 2011

Como a Doutrina dos Espíritos vê o problema da depressão?

 Sabemos que ao nascimento já trazemos tendências e predisposições inatas que são componentes da evolução pessoal. Podemos subdividir a tristeza em inata e adquirida. Algumas pessoas desde o nascimento já irradiam uma predisposição à tristeza sem motivo. São os naturalmente tristes, sérios candidatos a tornarem-se depressivos no decorrer da existência, já na adquirida, que costuma ser transitória, a pessoa fica triste devido a motivos externos – sensação de perda, notícias ruins, razões íntimas como lembranças negativas. Mas, mesmo na tristeza consegue sentir alegria e prazer caso haja motivo ou estímulo e, procura companhia – essa é uma forma de sentir-se passageira e, proporcional ao estímulo que a causou.
Na depressão, os transtornos de humor costumam ser mais duradouros. O deprimido reage às situações de forma desproporcional ao estímulo. Perde a vontade de procurar as pessoas e tende a isolar-se. O conjunto de sintomas altera o comportamento habitual da pessoa, levando-a a um estado doentio de irritação e impaciência.
Embora a tristeza possa acompanhar a depressão, o sintoma mais comum do depressivo é a apatia. O paciente torna-se incapaz de reagir, o que desencadeia problemas familiares. Nem sempre a doença é reconhecida e os familiares podem achar que se trata de preguiça ou irresponsabilidade e, como conseqüência disso o deprimido sente-se culpado por decepcionar a família, o que agrava seu estado, isso gera um círculo vicioso, quebrado quando o depressivo busca tratamento.
Apenas para ilustrar a complexidade do problema: a tristeza e a depressão podem ser fruto de aprendizado: erros educacionais capazes de levar o adulto à depressão.
Treinamento
Muitas crianças com tendências à tristeza congênita e a deprimirem-se são treinadas pelos familiares ou adultos que costumam fingir estar em baixo astral. Para algumas pessoas, esse comportamento é uma forma de chamar a atenção, mecanismo que aprenderam na sua educação - simulam um quadro de depressão com a esperança de despertar pena, receber atenção e cuidados - são pessoas que quase acabam sentindo alegria no sofrer. Claro que todo aluno tem seus mestres, no seu ambiente familiar havia pessoas com desvios de personalidade que valorizam a queixa como forma de despertar atenção e consideração (comum entre as pessoas consideradas histéricas). Para diferenciar os que simulam a doença daqueles que estão, de fato, deprimidos, é preciso prestar atenção nos sintomas. A depressão afeta todo o organismo. Causa uma lentidão psicomotora, que desacelera o raciocínio, provoca letargia – caracterizada pelo modo de falar mole. Outras vezes a doença provoca agitação injustificada que impede a pessoa de ficar quieta. É comum a falta de apetite e perda de peso, acompanhada de insônia, mais do tipo: sono interrompido. É preciso cuidado com os quadros de reações atípicas. Como por exemplo, ao invés de emagrecer o paciente engorda e sofre de sono excessivo como mecanismo de fuga.
Reforço de comportamento
Alguns adultos tem uma certa dificuldade em distinguir a criança feliz e alegre da criança inquieta e super ativa. Muitas vezes sem saber porque, ela sente-se triste em virtude de alguma emoção mal elaborada ou frustração, está mais quieta devido a cansaço físico ou incubando alguma doença febril. Os adultos perturbam-se com isso e, passam a questioná-la com insistência super dimensionando a situação, e por receber mais atenção - de forma inconsciente - ela pode repetir esse comportamento durante a vida adulta, automaticamente, quando sentir-se carente e pode até fixá-lo à sua personalidade para usar durante a vida toda. Será esse o seu caso?
Repressão de sentimentos e emoções
Muitas famílias excessivamente preocupadas com a opinião dos outros, tendem a reprimir nas crianças determinadas emoções e sentimentos cuja exteriorização não é bem vista pela sociedade e seus valores - confundem o aprendizado e a elaboração das emoções e sentimentos com falta de educação - e a criança quando não consegue elaborar determinadas emoções especialmente as que envolvem perdas e frustrações tende a perpetuar o sentir-se triste ou infeliz.
Imposição familiar de paradigmas
Os valores familiares entram em conflito com os da criança. Exemplo: numa família onde predominam indivíduos muito competitivos e vencedores; se os da criança são diferentes, mais cooperativos; ela logo passa a ser tratada de forma diferente - o que pode fixar na sua personalidade uma tendência à tristeza ou até à depressão.
Porquê os passes espíritas não resolveram? O que fazer?
Para economizar tempo e sofrimento a todos nós - deve ficar bem claro que não existem recursos mágicos nem milagres, nenhum passe ou medicamento vai racionalizar nem elaborar as emoções de ninguém, portanto remédio (no caso o passe) é recurso paliativo até que a resolução seja conquistada passo a passo. A partir dessa perspectiva é que se devem buscar os recursos e os métodos adequados a cada caso. Sem pressa nem afobação. Desconfiem sempre dos que prometem ou querem vender milagres físicos ou religiosos.


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