sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

TIRANDO A MASCARA DO RELACIONAMENTO “PERFEITO”.



- Eu não aguento mais! Foi a primeira reclamação da minha amiga que eu não a via um tempinho.
- O Edgar está dificil, tudo ele reclama, tudo pensa que vai mudar...
Mas meu Deus eu o conheço a 25 anos, moramos no mesmo teto a mais de 23, não o conheci a 25 horas ou dias ou semanas ou sei lá o que... mas minha amiga eu realmente não o estou reconhecendo. Minha vontade é simplesmente sumir.
- Calma Doris, você não é a privilegiada que passa por isso, infelizmente, 99,9% passam por isso, só não falam, não tem com quem desabafar, e 0,01% não passam porque se separam antes...
Fica calma minha amiga, respire fundo, coloque no papel as qualidades dele do outro lado os defeitos e se a lista das qualidades for maior ainda vale a pena.
Doris foi embora até rindo da situação.
Fiquei pensando na Doris e em varias amigas que conheço e as estorias que vou ouvindo e vivendo tambem, pois quando temos nossos filhos pequenos, temos tantas tarefas que não notamos a nossa real relação com o marido (e vice-versa) quando nos deparamos novamente somente ele e você, pois os filhos estão grandes, cada um vivendo sua vida, ou mesmo que não temos filhos, estamos aposentados e 24hs juntos...
Passamos a não mais idealizar o parceiro (a) de nossos sonhos, acreditamos que quando mais tempo casados mais amigos, cumplices, parceiros e principalmente companheiros nos tornaremos, mas caimos na real, alguns derrepente, outros aos poucos e outros acordam bem despertados para a realidade.
Vemos que cada um tem sua vida paralela a nossa, um universo onde não tem espaço para “nós” mas para “eu perfeito, maravilhoso e sem defeito”.
Uma disputa de poder foi se instalando, nunca saberemos quando ou onde, pois não percebemos, primeiro vira uma bifurcação e cada um vai para um lado, onde os sonhos deveriam irem juntos, se separam e se dissolvem como sal na água e fica esse amargo em nosso amago e perguntamos de 5 em 5 minutos, onde foi que errei?
Quando isso começou?
E não encontramos respostas, então temos novamente uma “bifurcação” continuamos “casados” e vamos engolindo e nos magoando como se tudo estivesse maravilhoso como em conto de fadas ou pegamos outro caminho, nos separamos onde todos se assustaram pois depois de tantos anos casados, mas ninguem sabe a solidão que foram esses anos...
E agora onde poderiamos viver juntos, dividindo a vida, somente à dois, como sempre pensavamos que seria, nos deparamos com indiferença, vemos o (a) parceiro (a) se empolgar com todo mundo, principalmente os homens viram tio “sukita” acreditam que as meninas irão dar bola pois eles não aceitam envelhecerem, e você assiste de camarote e pensa:
-Meu Deus onde está o homem por quem me apaixonei? E não lembra que ele tambem pensa a mesma coisa, afinal, eles nos mudaram tanto que nem nós nos reconhecemos mais.
Pois sempre a mulher acredita que irá mudar o homem mas é sempre o contrario, viramos amarga, mau humoradas, rejeitadas ou completamente ao contrario, nos agarramos onde nos sentimos melhor, onde encontramos menos solidão.
E não é solidão de pessoas, solidão de coração, d’alma essa realmente doi, doi muito e de verdade.
Muitos vivem uma falsa felicidades que até chegam a acreditar que são felizes mesmo, e vamos deixa-los pensando assim.
A vida tem que ser vivida dia a dia, onde temos momentos muito felizes, outros um pouco menos e outros sem felicidades nenhuma, mas temos consciencia que tudo passa, seja bom ou seja ruim, passa. O ruim demora mais pois nos machuca, mas infelizmente sobrevive apenas em nosso amago, pois a vida sempre continua.
O principal problema é que quando encontramos a pessoa que queremos “dividir” nossas vidas nós a idealizamos, e a enxergamos como nós queremos que ela seja, os defeitos são minimos e nós podemos muda-los....
E ai começa o nosso verdadeiro castelo de areia, esquecemos que a pessoa é um ser humano formado, com todas as qualidades e defeitos que possa ter, que o tempo não irá muda-lo, os defeitos irão ficarem enormes que muitas vezes cubrirão as qualidades e o castelo se desmorona.
Mas isso é um mal do ser humano independentemente do sexo, as mulheres extrapolam um pouco mais, até por terem um lado romantico, mas o homem tambem cai nessa armadilha e depois se acham que foram enganados.
Uma coisa é certa: enganados foram os dois, mas não pelos parceiros mas por nós mesmo.
O dia que conseguirmos não idealizarmos mais o perfeito, pois NÃO existe, aceitarmos o outro como realmente ele é...com certeza os relacionamentos serão mais consistentes mais cumplices e até mais amorosos. E com certeza será...até que a morte NOS separe...
Autora: Cyda Ferraz





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