Quem de nós não tem um mundo à parte que carrega dentro de si?
Quem de nós às vezes não se esconde no vale encantado da alma em busca de forças para suportar o que a gente chama de realidade?
Quem de nós não sofre e se delicia com os sonhos que, insistentemente, nos habitam e assim facilitam a nossa sobrevivência?
Acalento tantos sonhos que já tive a impressão de que a existência é abstrata demais. Todos os dias eu vejo as minhas ambições mais particulares se acumulando na alma ao mesmo tempo em que a vida se esvai em uma louca velocidade. E isso me faz sentir com cruel intensidade uma das mais indomáveis angústias do ser humano: a de sonhar sabendo que o sonho dificilmente será alcançado.
Mas a vida não é isso mesmo, um acumulado de quimeras?
Somos sonhadores na essência, porque viver é sonhar e vice-versa. Dirá alguém que as pessoas são o que elas sonham, pois cada um é, na verdade, aquilo que traz dentro de si.
Eu penso que temos duas espécies de sonhos.
De um lado, aqueles pelos quais lutamos e dedicamos nossos dias, nossas noites, finais de semanas, anos, a nossa fé: são os que nos fazem levantar toda manhã e descansar à noite. São os sonhos do mundo exterior: o trabalho, o estudo, as aquisições, as viagens, a saúde.
Mas, a par destes, temos outros bem guardados, escondidos, que não eclodem de nós, mas existem intactos e irreveláveis em algum cofre da alma. Esses não são, em regra, sonhos para serem conseguidos, mas sonhos para serem sonhados.
Não importa o que fazemos, onde estamos, eles nos pertencem. A gente vive com eles. A gente cresce com eles. A gente envelhece com eles. A gente morre e eles vão junto, porque são da alma. São sonhos que, mesmo muito distantes – alguns até irrealizáveis –, têm a imprescindível finalidade de servirem de combustível da vida. São sonhos que sequer provocam o medo do fracasso, porque queremos apenas tê-los.
Por isso que temos sonhos para serem conquistados e sonhos para serem sonhados. Os primeiros dão sentido à vida e os segundos dão sentido a nós mesmos. Aqueles surgem do cérebro e estes nascem na alma.
Certa vez ouvi alguém dizer que fulano havia morrido com um sonho. Eu digo que ele não morreu com o sonho: ele viveu com aquele sonho. E muito provavelmente isso o fizera mais vivo, pois são justamente os sonhos que nos mantêm acordados na vida.
Pode ser doloroso o cultivo de sonhos altos como as estrelas, mas, por outro lado, é confortante e até necessário ter sonhos para sonhar, ainda que só para sonhar.
Sonhos para serem sonhados são aqueles pelos quais existimos para nós mesmos.
Quem de nós às vezes não se esconde no vale encantado da alma em busca de forças para suportar o que a gente chama de realidade?
Quem de nós não sofre e se delicia com os sonhos que, insistentemente, nos habitam e assim facilitam a nossa sobrevivência?
Acalento tantos sonhos que já tive a impressão de que a existência é abstrata demais. Todos os dias eu vejo as minhas ambições mais particulares se acumulando na alma ao mesmo tempo em que a vida se esvai em uma louca velocidade. E isso me faz sentir com cruel intensidade uma das mais indomáveis angústias do ser humano: a de sonhar sabendo que o sonho dificilmente será alcançado.
Mas a vida não é isso mesmo, um acumulado de quimeras?
Somos sonhadores na essência, porque viver é sonhar e vice-versa. Dirá alguém que as pessoas são o que elas sonham, pois cada um é, na verdade, aquilo que traz dentro de si.
Eu penso que temos duas espécies de sonhos.
De um lado, aqueles pelos quais lutamos e dedicamos nossos dias, nossas noites, finais de semanas, anos, a nossa fé: são os que nos fazem levantar toda manhã e descansar à noite. São os sonhos do mundo exterior: o trabalho, o estudo, as aquisições, as viagens, a saúde.
Mas, a par destes, temos outros bem guardados, escondidos, que não eclodem de nós, mas existem intactos e irreveláveis em algum cofre da alma. Esses não são, em regra, sonhos para serem conseguidos, mas sonhos para serem sonhados.
Não importa o que fazemos, onde estamos, eles nos pertencem. A gente vive com eles. A gente cresce com eles. A gente envelhece com eles. A gente morre e eles vão junto, porque são da alma. São sonhos que, mesmo muito distantes – alguns até irrealizáveis –, têm a imprescindível finalidade de servirem de combustível da vida. São sonhos que sequer provocam o medo do fracasso, porque queremos apenas tê-los.
Por isso que temos sonhos para serem conquistados e sonhos para serem sonhados. Os primeiros dão sentido à vida e os segundos dão sentido a nós mesmos. Aqueles surgem do cérebro e estes nascem na alma.
Certa vez ouvi alguém dizer que fulano havia morrido com um sonho. Eu digo que ele não morreu com o sonho: ele viveu com aquele sonho. E muito provavelmente isso o fizera mais vivo, pois são justamente os sonhos que nos mantêm acordados na vida.
Pode ser doloroso o cultivo de sonhos altos como as estrelas, mas, por outro lado, é confortante e até necessário ter sonhos para sonhar, ainda que só para sonhar.
Sonhos para serem sonhados são aqueles pelos quais existimos para nós mesmos.
Leopoldo E Arnold
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