domingo, 2 de janeiro de 2011

A responsabilidade pelas nossas escolhas.

A responsabilidade pelas nossas escolhas.

Por andersonpazzamello
A responsabilidade:
Já faz algum tempo que em conversas com meus amigos, colegas de trabalho, professores, eu percebi, que invariavelmente, não importando o tema, sempre que estamos falando de atitudes, de ações, que determinadas pessoas realizaram, se estas pessoas, que em sua maioria não sofrem de nenhum distúrbio mais grave, fossem realmente ser responsáveis pelo que elas decidiram fazer, grande parte dos desconfortos que enfrentamos no dia-a-dia não existiram.
Por exemplo, você está no seu carro e um outro motorista faz uma conversão que não poderia fazer na sua frente e causa um acidente. Se ele tiver consciência da escolha que decidiu fazer, deveria assumir as despesas do acidente e assim evitar maiores problemas. Porém, vamos passear um pouco sobre os motivos que levaram essa pessoa a fazer esta conversão. Se ela soubesse que aquela é uma conversão que não poderia fazer e ela é o tipo de pessoa que tem responsabilidade pelo que faz ou deixa de fazer, ela não cometeria tal infração, ou ainda se realizasse teria a capacidade de assumir o risco de sua atitude. Ou seja, eu acredito que uma pessoa que está predisposta a executar tal infração, na maioria das vezes não vai assumir que a realizou. Não estou contando aqui, que por algum descuido, uma pessoa não possa cometer esse tipo de infração, e mesmo assim depois de avaliar que realizou algum tipo de infração vai assumir a culpa pelos problemas causados. Em suma, em um acidente de carro sempre existe pelo menos uma pessoa que não seguiu as regras estabelecidas e deveria assumir os problemas que causou.
Com certeza este é um exemplo BEM simples e que não define as inúmeras variáveis que podem estar envolvidas em um acidente, como um sistema de habilitação de motoristas duvidoso, falta de sinalização, e tantos outros. Porém em linhas gerais, acredito que o principio de um bom ambiente social, está intimamente ligado a assumir suas escolhas. Esse exemplo reflete as várias escolhas de diferentes proporções que realizamos durante o dia e suas consequências, que são justamente a parte que nós não gostamos de pensar. Cometer uma infração, devolver o troco que recebeu indevidamente, furar uma fila, desviar dinheiro público e tantos outros. Todos tem conseqüências e como foi citado anteriormente dentre esses exemplos, uma pessoa que se predispõe a realizar tal atividade, como desvio de dinheiro público, jamais vai ser a pessoa que assumirá tal atividade por vontade própria.
A escolha:
Toda nossa vida esta baseada em escolhas, e nós somos os responsáveis por cada uma delas. Atribuir a responsabilidade da sua vida a outras pessoas não faz sentido. Reclamar que realizou tal atividade ilícita por influência ou obrigação não é verdade. Uma frase que você já deve estar cansado de ouvir, mas que na minha opinião, é a mais pura verdade diz que: “Não importa o que fizeram com você, o que importa é o que você faz com que fizeram com você.” (Jean-Paul Sartre).
E mudando um pouco a ótica dos exemplos, hoje mesmo eu li um texto que conseguiu definir até para situações que eu considerava mais incontroláveis a presença da escolha em nossas vidas. O texto narrava o seguinte:
Posso dizer que sinto medo de uma pessoa, como você; ou de uma situação, como a de rejeição; ou de uma coisa, como aranhas. Mas para ser consistente com o ponto de vista da escolha, não tenho realmente medo de nada disso à minha volta; tenho medo de minha incapacidade de lidar com você, com a rejeição, com as aranhas. Enquanto eu vir você como sendo a causa do meu medo, passo todo o tempo tentando mudar criticar, evitar ou destruir você [...].
Existe tão-somente um medo: o medo de não ser capaz de dar conta – de minha própria incapacidade.
Nós temos a opção de escolher do que ter medo atribuindo a culpa a outro ou então de escolher que o problema está só comigo e são as minhas atitudes que vão realmente fazer eu perder o medo de alguma coisa.
Finalizando, eu acho que vale a pena comentar que eu não acredito em uma sociedade utópica, perfeita, onde todos vão respeitar uns aos outros e tudo vai funcionar maravilhosamente bem. Existem pessoas, que infelizmente, vão continuar acreditando que sua própria vida é o que importa e sempre vão tentar tirar proveito das situações em benefício de si próprio. Porém, elas serão sempre a minoria e vão sofrer determinados tipos de rejeição sociais, que com certeza, vão fazer com que pensem pouco mais sobre suas atitudes. E esta é uma mudança que eu acho possível de ser alcançada, pois depende de pequenas escolhas, que nós podemos fazer, e que podemos cobrar das outras pessoas que nos são próximas.
Mas então por que não conseguimos realizar esta mudança? É bem simples pra mim, pois um texto como esse ou um discurso como esse, nós já lemos e ouvimos mais de uma vez, e nunca fizemos nada pra mudar. Mas por que não fazemos nada?  Não queremos mudar mesmo? Está bom do jeito que está?
Enfim, não se esqueça que quando alguém tirar proveito de alguma situação que você foi prejudicado, a culpa vai ser só sua.

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